Santo do dia › 03/08/2018

Santa Lídia

Lídia, primícia do cristianismo da Europa, natural de Tiatira, cidade da Ásia, era pagã, mas “temente a Deus”, isto é, prosélita da religião hebraica em Filipos na Macedônia, aonde o apóstolo Paulo, em companhia de Silas, Timóteo e Lucas, chegou na segunda viagem missionária, entre os anos 50 e 53. Os missionários de Cristo, após terem pisado o solo europeu, aguardaram o sábado para encontrar os correligionários judeus em um lugar, na margem do rio, onde presumiam que eles pudessem se reunir (na falta de sinagoga) para a oração em comum e a leitura de alguma página da Escritura. “No sábado — narra Lucas nos Atos dos Apóstolos — saímos porta afora, às margens do rio, onde supúnhamos que se fizesse oração. Sentados, dirigimos a palavra às mulheres que se haviam reunido. Uma delas, chamada Lídia, negociante de púrpura, da cidade de Tiatira, adoradora de Deus nos escutava. O Senhor lhe abriu o coração, de sorte que ela aderiu às palavras de Paulo”.

Supõe-se que Lídia fosse abastada e tivesse muita autoridade na família, uma vez que o tecido com que trabalhava era precioso e seu testemunho foi suficiente para que seus familiares pedissem o batismo, aceitando os missionários em casa como hóspedes bem-vindos. Os missionários de Cristo conseguiram assim sua primeira conquista em terra europeia: uma mulher, Lídia, protótipo e símbolo de todas as mulheres que trariam entre as paredes de seu lar a chama da fé em Cristo. A rica comerciante, dócil à graça, antepusera os interesses do espírito aos econômicos, abandonando o comércio para recolher-se com outras mulheres na proseuca (lugar de oração), junto às margens do rio Gangas.

Lídia, pela alegria trazida à sua alma pelas palavras do Apóstolo e pela graça batismal, pediu com doce insistência, ou melhor, obrigou os missionários a aceitarem a sua hospitalidade. Dessa maneira a casa de Lídia tornou-se o primeiro centro comunitário, a primeira igreja na Europa. Para a Igreja de Filipos, talvez também por mérito de Lídia, são Paulo teve palavras de comovente ternura, chamando estes irmãos em Cristo de “caríssimos e desejadíssimos, alegria e coroa”. Embora nos falte informação a respeito do culto de santa Lídia, os sinais da sua santidade são evidentes na sua pronta resposta à graça.

Extraído do livro:
Um santo para cada dia, de Mario Sgarbossa e Luigi Giovannini.

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